quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Fora do Tempo - Capítulo 6

  "O quê?!", eu gritei. Pô, mais uma viagem, eu não aguento. O clarão cessou. Finalmente. Tentando entender onde estou, olho para os lados. Uma.. floresta? Que porcaria é essa? "Los Angeles, 2549", Lucy, a menina roxa, disse. Não tive como não rir. "Los Angeles, sério?! Tá brincando comigo.." "Não, Adam. Isso aqui é.. bem, era Los Angeles, até umas décadas atrás, quando o Supremo tomou o poder" Legal, estou numa história em quadrinhos, agora. Supremo. Algum louco com Complexo de Deus, certeza. Acha que pode tudo, dominou o planeta à base da força, acabou com cidades, bláblá.. Não pretendo conhecê-lo. "Para onde vamos, garota?" 'Visitar Supremo" Ah, lindo, isso. Tudo o que eu queria. Caminhamos floresta adentro, por sei lá quanto tempo. Eu estou exausto, precisando dormir imediatamente. Depois da prisão nos anos 60 não tive mais sossego. Que merda. Pedi para acampar com a roxinha. No que, é claro, não fui atendido de forma alguma. O que dá nessa gente? Todos loucos, os anteriores e os posteriores. Meu avô, Albert, a roxinha.. Annie. Annie morreu, depois que me fui. E me culpam, não sei por qual razão. Talvez a tenham matado. Ou, talvez.. Não, Annie não se suicidaria. Ela não era burra. Do nada, Lucy interrompe sua caminhada, vai até uma árvore, e começa a bater nela. Cacete, essa menina usa drogas. "Sai daí', ela disse, me empurrando. Não entendi, até que, de repente, o chão se abriu, e nele, encontrava-se uma longa escada para o subsolo. Tochas nas paredes, e tal. Algo bem Indiana Jones. Mas, espero eu, sem caveiras de cristal. A garota começou a descer as escadas, e fui junto. Andamos por um tempinho, alguns minutos, desta vez. Meus pés agradecem. Um grande portão vigiado por dois caras gigantes com máscaras e lanças. Ops, isso não é legal. Acho que sou a oferenda da noite. Adentramos o portão. E minhas cuecas acabaram de ficar sujas. "FIÉIS, SAÚDEM O SUPREMO!" "Supremo! Supremo!", a multidão que se encontra dentro dos portões grita. Alias, caralho, quanta gente. Parece uma festa na mansão do Robert Downey Jr. Ou na mansão da Playboy. São bem parecidas, as duas. À frente do povo, um altar. No altar, uma espécie de trono muito bizarro, com folhas. No trono, um cara com uma máscara. O Supremo. O mais estranho é que o doido não diz nada. Apenas o guarda à sua direita fala. "Gritem o nome de Supremo! Ajoelhem-se! Tragam o sacrifício!" Nesses dois últimos, temi seriamente pela minha vida. Mas, graças a uma divindade superior qualquer que não aquele carinha ali sentado, continuo vivo. Enquanto a multidão cantava algo que não consegui entender, Lucy começou a me puxar em direção ao altar. Ao chegarmos, ela disse algo que não consegui ouvir, ao guarda. 'Calem-se! O Supremo se retirará. Despeçam-se de seu Deus!" "Supremo!Supremo!', a multidão voltava a gritar. O guarda fez um sinal à roxinha, que me levou para trás do altar. Quase um backstage de um show de rock. O tal carinha da máscara apareceu. E, sem se dirigir à mim ou à roxinha, gritou "Preciso que veja isso, Mary". Quem diabos é Mary? Puta que pariu. Era uma cópia quase perfeita de Annie, se não fossem os cabelos, negros em Mary. E ela sorria da mesma forma. Tentando sair do transe momentâneo, voltei á minha atenção ao tal de Supremo, que agora estendia uma mão em minha direção. "Vamos, aperte, homem. Você não faz ideia do quanto esperei por este momento..." sua voz me é familiar. Ele começou a retirar sua máscara, e pude ver um homem um pouco mais velho que eu, de expressão cansada, cabelos grisalhos. Mas, de certa forma, familiar. Apertei sua mão. "Prazer em finalmente conhecê-lo, senhor Adam campbell. Eu sou, como já deve ter notado..." Adam Campbell. O homem na minha frente é Adam Campbell.

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