segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Fora do Eixo: Preciso me expandir pra clarear.

Senhoras e Senhores, leitores do Desurindo. A pessoa que vos escreve informa que normalmente, ela posta sobre música, mas hoje ela tá mais naquela vibe de ficar fazendo filosofia barata de botequim. Então, chega mais.

A história é a seguinte. Eu sempre achei o tempo uma coisa curiosa. E parece que ultimamente eu tenho pensado demais nisso. As vezes parece que minha vida é como uma eterna ampulheta. Nos momentos chatos, tipo aquela aula sonolenta ou uma prova em que o lema é "segura na mão de Deus e vai" os grãos de areia vão caindo lentamente, parece que se deliciando com a visão que estão tendo. Enquanto, naqueles momentos que deveriam ser congelados, os grãos de areia caem como se alguém estivesse sacudindo a tal ampulheta. É estranho. Pareço estar numa constante agitação. E o pior, daqui pra frente, só piora.

Estava lembrando essa semana, da época em que estava aprendendo a fazer contas de subtração de pedir emprestado e acertava, e me achava a rainha da cocada preta. Logo depois, vieram os teoremas de pítagoras da vida e as orações subordinadas. Eu já estava deixando o ensino fundamental.

E agora ? Agora, eu me encontro olhando pra lista de cursos de uma das melhores faculdades públicas do Rio de Janeiro.Me pergunto como a tal da ampulheta foi sacudida tão rápido e eu não percebi. Pra onde foi tudo o que aconteceu ? Tem coisas que eu nem me lembro que aconteceram ou como aconteceram. Eu olho pra todos os cursos, e me sinto como um cego no tiroteio.

Eu sempre fui daquelas que teve certeza do que queria pra vida. E agora, na hora de decidir, cadê a astúcia ? Pra onde foi toda aquela certeza ? Tá perdida por aí. Se alguém achar, eu agradeço se me apresentarem a ela de novo.

A verdade é que eu sou nova ainda. Tenho muito o que viver e acho que tenho muita coisa pra ver ainda. Preciso quebrar muito a cara ainda pra poder aprender e ver o que eu realmente quero. Preciso conhecer. Preciso experimentar. Tem tanta coisa que eu nunca vi.

Eu comecei a ter essas pensamentos na madruga boladona. Lendo o livro do baterista do Capital Inicial, Fê Lemos. Ele estava relatando sobre um show e escreveu o seguinte: " Nestes 25 anos, algumas pessoas eram presença constante, sempre que podiam apareciam. Mas, cresceram, os tempos mudaram, e nunca mais as vi. Acredito que isso vai acontecer também com esses novos fãs inveterados. Casarão, ou entrarão na faculdade e adeus... Mas, tenho certeza que se lembrarão da época em que eram loucos pelo Capital."

Fiquei pensando com meus botões. Remoendo essa frase na minha cabeça umas quinhentas vezes. Me imaginei em várias profissões, passando noites em claro estudando ( o que já acontece) e acabar me esquecendo das coisas boas que a vida tem. Das coisas boas que eu já vivi e que sei que tenho que viver. Na verdade, eu acho que é tudo um medo. Eu tô no escuro, sem nenhuma luz ou pré assistência. Por mais que me digam o que deve ser melhor pra mim, acho que essa resposta só cabe a mim dizer. Sei que as tentativas são na maioria das vezes de bom coração. Mas, se nem eu sei o que é bom, como os outros vão saber ? Como eu disse, na verdade eu acho que tenho medo. Medo de fazer as coisas, e depois não ter tempo pra consertar. Medo de sentir saudade de coisas que ainda não vi, e ficar me perguntando como seria se eu tivesse respondido 2, quando na verdade respondi um. A vida é um leque de opções, e ganha quem não tem medo de arriscar. Ainda tô como aprendiz nessa parte.

E é isso. Obrigada a vocês que se terminaram de ler. E quem não leu, vai virar hippie e tocar violão no centro de sua cidade. E se você é um vestibulando com crise do que quer pra vida, chega mais e vamo bater um papo. A vibe que tá aqui é da Banda Vivendo do Ócio, e a frase do Título é de uma música deles. Enfim, é essa parada aí. Boa noite procês.

PS: Sexta feira, tem entrevista procês e muitas coisas pra contar. Só adianto que a vibe tá muito concentrada no Nordeste.

PS2: Se tiverem alguma dica de banda que queiram ver aqui no Desurindo, manda um tweet, uma facebookada ou um sinal de fumaça com o nome! Se a banda for diva, ela vem parar aqui. O que não é grande coisa.

Beijos da Gorda, 

Sarah Azevedo.

2 comentários:

  1. Belas palavras nobre colega, me fizeram voltar a alguns anos, quando não tínhamos a responsabilidade que temos hoje em dia. Onde nossas únicas preocupações eram fazer a lição de casa e olhar a hora em que iria começar tal desenho. Os anos passam e quando percebemos, já estamos ai, cheios de responsabilidades e preocupações. Gostei do texto, concordo plenamente com o que disse, obrigado por me fazer voltar a lembrar coisas que tinham ficado no bau de minhas lembranças! ;) Parabéns!

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    1. Obrigada! E volte mais vezes pra fazer filosofia de botequim. Faz bem.

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